→ Criação e performance
Michelle Moura e Maikon K
→ Colaboradores
Som: Kaj Duncan David
Luz: Nadja Naira
Cenário: Fernando Marés
Figurino: Faetusa Tirzah
Consultoria em dramaturgia: Alex Cassal
Produção: Greice Barros (Núcleo Produções)
Assistência de produção: Isabele Orengo e Janaína Micheluzzi
Acompanhamento de processo: Alejandro Ahmed e Rudá Iandé
Design gráfico: Adriana Alegria
Direção de Imagem: Rosano Mauro Jr.
Fotografia: Murilo Lazarin
Maquiagem: Aurelio Dominoni
Mídias Sociais: Luisa Bonin (Platea Comunicação e Arte)
Realização: ICA – Associação Instituto Circo Artístico
→ Duração
1h20
→ Apoio
Rumos Itaú Cultural 2017-2018
De joelhos. Deitado. De quatro. Em pé.
De que perspectiva olhar?
Qual linguagem usar?
Quais pedaços juntar?
Quimera:
1. monstro mitológico com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente;
2. combinação heterogênea ou incongruente de diversos elementos;
3. criação da imaginação, ficção, ilusão;
4. ser artificial, criado a partir de fusões, intervenções, idiomas, crenças, membros, interdições, líquidos, certezas.
Posso fazer isso aqui?
Enxergo o que já foi nomeado.
Falo aquilo que me disseram.
Reproduzo antigos gestos.
Que culpa devo ostentar?
É lindo. É tão lindo. Por que é lindo?
Por que é bom? Quem disse que é bom?
É isso que chamam de silêncio?
Não falamos por toda a humanidade.
Enquanto Somos Humanos é uma criação da coreógrafa Michelle Moura e do performer Maikon K. Ambos os artistas investigam há anos temas como alteração de consciência, os limites entre humano e não-humano, mitologias e construção de realidades. Neste projeto, questionam o espectro do que é ser humano. Como fomos programados para sermos humanos? É possível intervir nessa programação?
Em um fundo infinito de papel fotográfico, iconografias são enquadradas, imagens se montam e desmontam, emoções congelam e se deformam, narrativas são misturadas e relações de poder se entrecruzam.
A performatividade e a fisicalidade foram desenhadas tendo como ponto de partida uma prática em torno do olhar, um “olhar multifocal”, como denominado pelos performers. O “olhar multifocal” é o dispositivo para a criação de uma corporalidade paradoxal: ao mesmo tempo alienada e extremamente emocional e expressionista. As vozes são amplificadas e transformadas com filtros analógicos. Como ventríloquos de um mundo em desespero, frases que expressam desejo, culpa e esperança se confundem com canções pop e narrativas homogeneizadas.
Múltiplas referências convivem em Enquanto Somos Humanos, o grafismo dos quadrinhos, a concretude de ações cotidianas da mímica e do cinema mudo, os hiperlinks e o excesso de informação da internet. Enquanto Somos Humanos é uma quimera. Afinal, nós somos quimeras, a criatura, somos Frankenstein. Somos uma ficção. Uma coleção de ficções.
Este projeto estreou em 15 de agosto de 2019 na cidade de Curitiba.