→ Criação e performance
Maikon K
→ Colaboradores
Figurino: Faetusa Tezelli
Som: Beto Kloster
Luz: Fábia Regina
Orientação de pesquisa: Kysy Fischer
Fotografia: Lauro Borges
Produção: Vanessa Vieira
Design: 4One
Vídeo: FLAGCX / Ulisses Candal Sato
→ Duração
50 minutos
Este trabalho pode ser apresentando em galerias, teatros ou salas alternativas. O público assiste à performance sentado no chão, disposto em semiarena.
Haikai de pedra, saliva e listras.
A primeira versão de Corpo Ancestral estreou em 2013. Nessa segunda versão, de 2015, Maikon K reduz os elementos cênicos, buscando a síntese visual de um hai-kai: ações mínimas, espaço vazio, uma lâmpada suspensa, um tubo de tecido listrado e uma pedra. O público senta no chão, ao redor da ação. O mesmo som digital ecoa durante toda a performance. Assim retoma sua investigação do corpo xamânico, em que busca um estado de “devir”, capaz de construir diversas realidades através de som não verbal, movimentos e signos visuais. Um corpo sem identidade fixa, em constante transformação.
Estreou em maio de 2015, em Curitiba.
Teaser Corpo Ancestral: https://vimeo.com/261622858
Breu e apenas um som contínuo: gota no fundo do poço, baba eletrônica.
No princípio era um outro verbo: respiração profunda, murmúrio, feitiço.
Todos aos pés da lua negra. Olhe para o escuro, para o poço, deixe a cabeça pesar, entre por essa fenda da história. Em cena o pré-corpo - há movimento e a formação de uma identidade.
Olhe para as listras, há uma saudação ritual em como elas se movem. Casca, carcaça, invólucro.
Peço do teu olhar: agora olhe para o que é concreto. Só interessa o que tem a profundidade do toque, da presença. Viaje nas listras, dance com as listras.
Um corpo se faz e lentamente escapa para fora. Um animal te acompanha, um animal se transforma.
Olhe profundamente para aquilo que seus olhos deixam escapar.
Gota no fundo do poço, batida no couro do bode, pele de serpente.
A tua ancestralidade ainda não aconteceu, por isso insista.
Não permita que teu olho fuja, olhe para o que acontece aqui. Listras e pele abandonada.
O peso da pedra marca agora uma transformação. Toda metamorfose é dolorida. Toda dor abandona algo para trás.
Baba na pedra. Baba eletrônica.
A ancestralidade ainda está para acontecer.
Nó na história.
http://www.aescotilha.com.br/teatro/interseccao/corpo-e-sonho/